05/10/2020

Conselheiro Lafaiete abriga matriz erguida em conjunto por indígenas e paulistas

Igreja é uma das atrações da cidade por onde passa o Caminho Novo da Estrada Real.

A 96 quilômetros da capital mineira, a antiga cidade de Queluz, hoje conhecida como Conselheiro Lafaiete, na região Central, é uma das mais antigas de Minas e sede do Circuito Turístico Vilas e Fazendas de Minas Gerais, que agrega nove municípios. Entre as atrações culturais estão a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1709, e a antiga estação de trem “Lafayette”, fundada por Dom Pedro II, que hoje abriga um centro cultural e uma locomotiva.

Os primeiros habitantes do território, onde atualmente vivem 127 mil pessoas, foram os Carijós, que se concentravam em aldeias na parte alta do município. Neste local, eles conviveram com bandeirantes e garimpeiros paulistas que chegaram até a região em busca de ouro e metais preciosos. Na época, os dois grupos ergueram juntos a igreja matriz, uma construção expoente do Barroco mineiro. Em 1694, a existência do arraial, até então chamado Campo Alegre dos Carijós, foi oficializada. 

No século XIX, o nome do município foi alterado para Queluz de Minas e, só em 1934, a cidade passou a carregar a atual denominação, em homenagem ao jurista Lafayette Rodrigues Pereira, intelectual do Segundo Império, nascido no local. Na região de Conselheiro Lafaiete passa o Caminho Novo, ramal mais novo da Estrada Real, utilizada para transporte do ouro e pelos sertanistas para ter acesso às Minas Gerais. 

No trajeto há outro atrativo turístico do município: as ruínas do Sítio Varginha do Lourenço. O conjunto, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), sediou alguns encontros dos inconfidentes que tramavam a independência da colônia. No local, que abrigava uma estalagem já demolida, há uma gameleira e um monumento em pedra sabão, erguido em 1989 em homenagem ao bicentenário da Inconfidência Mineira. 

Atualmente, quem visita Conselheiro Lafaiete pode conferir a Maria Fumaça, uma locomotiva a vapor da empresa alemã Orenstein & Koppel. Junto com um guindaste utilizado para abastecer a peça com carvão e outras peças e com mobiliário de ferrovia, o meio de transporte centenário é o principal destaque do Museu Ferroviário, integrante do Centro Cultural Maria Andrade de Resende. O espaço funciona na estação de trem “Lafayette”, construída com 11 cômodos em um único pavimento. 

O centro cultural abriga, ainda, a Biblioteca Municipal, que tem em seu acervo cerca de 20 mil livros, e o Memorial do Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, que guarda peças de uso pessoal, doadas pela família do jurista que dá nome à cidade.

Há ainda o Mercado Municipal, conhecido como Mercado do Produtor, onde são comercializados produtos agrícolas e artesanato nos finais de semana. A exposição e venda de artesanato e arte também ocupa a Praça Tiradentes, no Centro do município, todo segundo domingo do mês. 

Fonte: Agência Minas