VISTA PARCIAL DE MINAS NOVAS (MG) - [1900-1910] – autor: Raimundo Alves Pinto – Coleção Nelson Coelho de Senna – Arquivo Público Mineiro.

05/10/2020

Fuga de epidemia levou bandeirantes à região de Minas Novas

Vilarejo surgiu a partir da exploração de ouro e pedras preciosas.

 

Os bandeirantes chegaram à atual Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, por acaso. Eles fugiam de uma epidemia que havia se espalhado por Rio Manso, no distrito de Diamantina, onde já havia uma corrida de exploração de ouro e pedras preciosas. 

Por volta de 1757, acampados às margens de leitos d’água, começaram a encontrar o metal nobre e diamantes com facilidade e, a partir da boa sorte, chamaram o córrego de Bonsucesso. Nascia ali um vilarejo cuja fama se espalhou rapidamente, a ponto de justificar até mesmo a visita do vice-rei do então Brasil Colônia: Vasco Fernandes César de Menezes. Foi ele quem elevou o lugarejo à categoria de vila e a batizou Nossa Senhora de Bonsucesso das Minas de Fanado. 

Em pouco tempo, as minas de ouro e diamantes locais ficaram conhecidas, atraindo inclusive imigrantes vindos de Portugal. A fama logo fez com que a vila fosse elevada à categoria de cidade em 9 de março de 1840, quando recebeu o nome de Minas Novas e freguesia de São Pedro do Fanado. Ainda parte da divisão administrativa da capitania de Porto Seguro da Bahia, a cidade passou à comarca de Serro Frio, da capitania de Minas Gerais, apenas em 1857. 

Destaque econômico

Em meados do século XVIII, era tal o progresso e a importância econômica da cidade – cerca de 200 arrobas de ouro já haviam sido apanhadas às margens do Bonsucesso –, que chegou a se falar na indicação de Minas Novas para capital da capitania. No entanto, Vila Rica (atual Ouro Preto, na região Central) acabou como a localidade escolhida para sediar a capital das Gerais, antes de Belo Horizonte ser projetada para esse fim. 

Para pesar dos garimpeiros e da Coroa Portuguesa, com o passar do tempo o ouro e as pedras preciosas rarearam por lá, e a cidade passou a desenvolver outras fontes de renda e sustento. Surgiram fazendas de gado, de cana-de- açúcar e de algodão. Entre os produtos mais famosos, historiadores destacam o toucinho e a aguardente.

Minas Novas também foi referência na produção e exportação de algodão em rama, de cobertores e de outras confecções de tecidos grossos. A seda produzida na região, longa e macia, era bastante apreciada nos principais mercados europeus. 

Apesar de ter perdido a referência como polo de exploração mineral e de diamantes, Minas Novas faz parte do Circuito Turístico Pedras Preciosas. 

São atrativos o acervo arquitetônico, composto de edificações antigas como o Museu do Sobradão, uma construção de 1821, feita em pau-a-pique, com estilo barroco e quatro andares (que já foi sede do Palácio do Governo). Hoje funciona como biblioteca e recebe exposições de artesanato. Também merece visita a Casa da Família Badaró, que pertenceu ao inconfidente Domingos de Abreu Vieira e onde se hospedou Tiradentes. O edifício térreo conserva o estilo original e primitivo do período colonial.

O turismo histórico e religioso conta com capelas como a São José e a São Gonçalo, as igrejas São Francisco, do Rosário e Nossa Senhora do Amparo, cuja restauração, finalizada em 2010, revelou a arte original do século XVIII, a exemplo do altar-mor, que tem interessante talha em rococó.

Em relação à expressão cultural, faz sucesso o artesanato de Coqueiro Campo, conhecido por peças emblemáticas como bonecas de argila, vasos decorativos, potes, cestas, pratos e flores, entre outros. 

O visitante que gosta de natureza e cachoeiras tem diversão na Barragem das Almas, com infraestrutura composta de duchas, área de camping, barzinhos e churrasqueiras. 

Atualmente, as principais atividades econômicas do município são o setor de serviços e a agropecuária.

Fonte: Agência Minas

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