A Hora Vagabunda (1998), de Rafael Conde

01/12/2020

Fundação Clóvis Salgado exibe a mostra CINEMA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO em celebração aos 300 anos de Minas Gerais

Fundação Clóvis Salgado exibe a mostra CINEMA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO em celebração aos 300 anos de Minas Gerais

Programação será exibida pela plataforma on-line do Cine Humberto Mauro e conta com curtas e longas-metragens, além de debates e sessões comentadas

 MOSTRA CINEMA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO EM MINAS GERAIS

Período de exposição: 4 a 20 de dezembro de 2020

Local: https://www.cinehumbertomauromais.com/

Classificação: De acordo com a exibição (Acesso pela programação)

MOSTRA GRATUITA

Informações para o público: (31) 3236-7400

Informações para a imprensa:

Júnia Alvarenga: (31) 99179-1215 l junia.alvarenga@fcs.mg.gov.br

Thamiris Rezende: (31) 99154-9103 l thamiris.rezende@fcs.mg.gov.br

Daniel Helvécio: (31) 99775-9075 | danielhelvecio@gmail.com

A mostra Cinema e Patrimônio Histórico em Minas Gerais surge como mais uma potência de celebração, difusão e valorização do patrimônio do Estado, ressaltando a importância da cultura mineira, rica em seus 300 anos de existência. O evento é realizado pela Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro e em conjunto com o Centro Técnico Audiovisual (CTAv), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) e o Arquivo Público Mineiro (APM), reforçando a parceria entre essas instituições. São 34 produções, entre curtas e longas, que ficarão disponíveis do dia 4 ao dia 20 de dezembro de 2020, de forma gratuita, na plataforma virtual exclusiva do Cine Humberto Mauro (cinehumbertomauromais.com). As classificações indicativas dos filmes variam conforme o título, e esta mostra tem correalização da Appa – Arte e Cultura.

Cinema e Patrimônio Histórico em Minas Gerais conta com três programas de curtas-metragens que fazem parte da coleção do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), produzidos entre as décadas de 1950 e 1970. Os 12 filmes documentam características culturais, históricas e naturais de diversas cidades de Minas Gerais, incluindo as vivências dos festejos populares. A mostra também inclui 6 curtas contemporâneos e uma sessão de curtas chamada Memórias das Minas, em parceria com o Arquivo Público Mineiro. Completando o recorte estão 13 produções, entre médias e longas-metragens, sendo 5 delas documentários da Coleção de Documentos do Patrimônio Imaterial realizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).

Além das exibições, a mostra contará com debates sobre cinema, difusão e preservação do patrimônio histórico dentro das consagradas séries História Permanente do Cinema Especial e Cinema e Psicanálise. Bruno Hilário, Gerente do Cine Humberto Mauro, celebra a realização da mostra e ressalta a importância da parceria com as instituições envolvidas. “Além da felicitação à Minas Gerais pelos seus 300 anos, a mostra reforça o diálogo entre o espaço de acervo e o espaço difusor das produções cinematográficas. Dessa forma, valoriza a preservação do patrimônio mineiro e proporciona o acesso do público a filmografias raras e de extrema importância para a cultura nacional, democratizando e resignificando as obras”.

Coleção de curtas-metragens CTAv – Corporação que apoia o desenvolvimento da produção cinematográfica nacional, O Centro Técnico Audiovisual dá prioridade ao realizador independente de filmes de curta, média e, eventualmente, longa-metragem. O Centro é responsável pela disponibilização das cópias dos curtas metragens de Humberto Mauro, cineasta natural de Volta Redonda que é amplamente considerado o pai do cinema brasileiro, projetando o cinema mineiro para escala nacional e mundial.

Produzidos pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo entre 1956 e 1959, os curtas-metragens de Humberto Mauro incluídos na mostra apresentam um retrato de cidades históricas mineiras, abrangendo suas origens, particularidades e belezas arquitetônicas e naturais. O cineasta atribui destaque para a arte de Aleijadinho, artista barroco que imprimiu seu talento em diversas igrejas e monumentos da região. O passeio artístico e cultural continua com curtas de Geraldo Santos Pereira e Tato Taborda pela vida e costumes no interior de Minas Gerais.

Olívio Tavares de Araújo, Luis Carlos Barreto e Padre Massote são responsáveis pelos registros de manifestações folclóricas, celebrações e folguedos em cidades pelo Estado. Com curtas produzidos na década de 1970, os diretores revelam as origens históricas das festas populares, nutridas por lendas e contos da tradição oral e religiosidades da população mineira.

Coleção de documentários IEPHA – O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, instituição que pesquisa, protege e promove os bens culturais de natureza material e imaterial de Minas Gerais, fornecerá sessões especiais da Coleção Documentos do Patrimônio Imaterial, com os documentários Comunidade dos Arturos (2013) e O quê do Queijo (2018), de Paulo Henrique Rocha, Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte (2013), de Jason Barroso Santa Rosa, Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais (2018), de Felipe Chimicatti e Rafael Bottaro e Folias de Minas (2019), de Felipe Chimicatti e Pedro Carvalho.

O Arquivo Público Mineiro, que planeja e coordena a gestão de documentos, executando o recolhimento, a organização e a preservação de materiais provenientes do Poder Executivo de Minas Gerais e dos arquivos privados de interesse público e social, está contemplado na sessão Memórias das Minas, que conta com os curtas metragens Veredas Mortas, de Victor de Almeida, Polís, de Marcos Pimentel, e Toda a Memória das Minas, de Geraldo Veloso, um dos nomes mais importantes da história do cinema mineiro, falecido em 2018.

Destaques da mostra – Longa-metragem dirigido por Humberto Mauro com direção de fotografia feita pelo cinematógrafo Edgar Brasil, Sangue Mineiro (1930) enaltece os aspectos naturais e urbanos de Minas Gerais, com cenas e planos gerais do Estado. “Priorizando sempre temas nacionais, Humberto Mauro sistematizou um novo modo de se fazer cinema no Brasil. O cineasta dá o nome à Sala de Cinema do Palácio das Artes e foi contemplado, em 2014, com uma grande retrospectiva. Hoje, além do programa exclusivo de curtas, a mostra inédita Cinema e Patrimônio Histórico de Minas Gerais conta com um dos longas-metragens mais renomado do diretor, Sangue Mineiro”, ressalta Hilário.

O filme O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade, também compõe a programação. Livremente inspirado no poema O padre, a moça, de Carlos Drummond de Andrade, o filme se passa em uma cidade mineira na qual Mariana (Helena Ignez) se apaixona por um padre (Paulo José) recém-chegado em missão sacerdotal. Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna, também faz parte da programação. O longa é um dos expoentes do chamado Cinema de Invenção, e narra a trajetória de quatro membros de uma família burguesa que se desfazem de seus bens materiais e, consequentemente, de sua história. Cabaret Mineiro (1979), de Carlos Alberto Prates Correia, também integra o conjunto de filmes da década de 1970 exibidos na mostra.

Os longas contemporâneos Pipiripau, O Mundo de Raimundo (2013), de Aluízio Salles Jr, YãmĩYhex: As Mulheres-Espírito (2019), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali e o documentário em homenagem ao músico e compositor Flávio Henrique Antes que o tempo defina o que sou (2019), de João Borges, se unem ao conjunto da programação. O destaque também vai para os curtas-metragens A Hora Vagabunda (1998), de Rafael Conde, Ãgtux (2005), de Tania Anaya, Pólis (2009), de Marcos Pimentel, Armazém de Imagens (2010), de Maria de Fátima Augusto, Carga Viva (2013), de Débora de Oliveira, Moto-Perpétuo (2015), de João Borges e Nove Águas (2019), de Gabriel Martins.

História Permanente do Cinema Especial – Alguns filmes da mostra Cinema e Patrimônio em Minas Gerais terão uma sessão da série História Permanente do Cinema Especial, transmitida pela plataforma cinehumbertomauroMais. Nos dias 7, 9 e 11 de dezembro de 2020, às 19h30, os longas Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna, Cabaret Mineiro (1979), de Carlos Alberto Prates Correia e Antes que o tempo defina o que sou (2019), de João Borges, terão uma sessão comentada, respectivamente. Sagrada Família (1970) terá comentários do próprio diretor do filme, Cabaret Mineiro (1979), que será comentado por um especialista na carreira do cineasta, e Antes que o tempo defina o que sou (2019), um bate-papo com a equipe realizadora do filme. No dia 14 de dezembro de 2020, às 19h30, está prevista uma live de encontro entre o Arquivo Público Mineiro e o Cine Humberto Mauro, para discussão acerca da preservação e difusão do patrimônio cinematográfico do Estado.

Cinema e Psicanálise – A FCS dá continuidade, por meio do Cine Humberto Mauro, da aclamada mostra Cinema e Psicanálise, parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise. O filme escolhido para a sessão, no dia 4 de dezembro de 2020 (sexta-feira), às 19h, é O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade, e os comentários serão da psicanalista Ângela Bernardes. A exibição do longa foi adaptada ao formato on-line e será transmitida ao vivo na plataforma CinehumbertomauroMais.

Programação completa:

CURTAS – CIDADES HISTÓRICAS – COLEÇÃO CTAV – PROGRAMA 1

 Sabará, de Humberto Mauro (MG, 1956) | Livre | 21’

Um passeio pelos monumentos históricos da cidade de Sabará, particularmente o Museu do Ouro e seu acervo sobre o período conhecido como “ciclo do ouro”

Congonhas do Campo, de Humberto Mauro (MG, 1957) | Livre | 16’

Congonhas do Campo e a obra de Aleijadinho na Basília do Senhor Jesus de Matosinhos. Os Passos – representação da Paixão de Cristo em tamanho natural.

Cidade de Caeté, de Humberto Mauro (MG, 1958) | Livre | 8’

Histórico da cidade, fundada no início do século XVII. Destaca-se o harmonioso conjunto de monumentos religiosos.

São João Del Rei, de Humberto Mauro (MG, 1958) | Livre | 10’

A cidade com suas notáveis expressões da arte barroca brasileira, as igrejas de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Pilar e São Francisco de Assis.

CURTAS – CIDADES HISTÓRICAS – COLEÇÃO CTAV – PROGRAMA 2

 Diamantina, de Geraldo Santos Pereira (MG, 1958) | Livre | 14’

Histórico da cidade e seu próspero desenvolvimento ocasionado pela descoberta de minas de diamante, ressaltando o aspecto artístico e a lendária figura de Chica da Silva.

Ouro Preto, de Geraldo Santos Pereira (MG, 1959) | Livre | 14’

Evocação dos fatos principais da história de Ouro Preto e documentação de seu valioso patrimônio artístico.

Cidade de Mariana, de Humberto Mauro (MG, 1959) | Livre | 9’

O filme destaca os locais históricos, pitorescos e artísticos da cidade, como a fonte da Samaritana, atribuída ao escultor Aleijadinho.

Flor Pedra, de Tato Taborda (MG, 1975) | Livre | 16’

Modificações ecológicas e sociais ocorridas ao longo do tempo na cidade mineira de São Tomé das Letras, que é pousada sobre um reservatório de quartzito e uma reserva floral valiosa.

CURTAS FESTEJOS E CULTURA POPULAR – COLEÇÃO CTAV – PROGRAMA 3

Semana Santa em Ouro Preto, de Olívio Tavares de Araújo (MG, 1970) | Livre | 20’

Aspectos das cerimônias litúrgicas da Semana Santa na cidade de Ouro Preto.

 Congadas – O Folclore, O que É e Como Se Faz, de Luis Carlos Barreto (MG, 1974) | Livre | 10’

Uma pesquisa de campo sobre as congadas da Festa do Serro, em Minas Gerais. As fases da congada, dividida em três grupos: o catupi, o reinado e os marujos.

Festa do Serro, de Pe. Massote (MG, 1975) | Livre | 10’

Os habitantes da cidade do Serro, em Minas Gerais, celebram o dia de sua padroeira depois de uma limpeza geral na cidade.

Congados, de Pe. Massote (MG, 1976) | Livre | 17’

A congada nasceu em Minas Gerais, há dois séculos, e é o único ritual popular afro-brasileiro ligado ao catolicismo.

CURTAS-METRAGENS CONTEMPORÂNEOS

A Hora Vagabunda, de Rafael Conde (BRA, 1998) | 17’

O curta-metragem mostra um dia na vida de um jovem cineasta de Belo Horizonte em crise com sua profissão. As dificuldades em seguir essa carreira na sua cidade são enormes e ele precisa decidir como realizar seu sonho.

Ãgtux, de Tania Anaya (BRA, 2005) | 23′

A etnia Maxakali habita o Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Donos de um notável refinamento plástico e sonoro, os maxakalis vivem sob uma sombra de miséria amplamente divulgada pela mídia. O filme busca o que falta nas notícias: a riqueza dos grafismos, da língua e da vida cotidiana. Ãgtux significa “contar histórias”.

Armazém de Imagens, de Maria de Fátima Augusto (BRA, 2010)| Livre | 15’

Ao conhecer-nos, Seu Ildeu, um trabalhador que conserta lâmpadas em uma das lojas do Mercado Novo de Belo Horizonte, acreditou que procurávamos uma loja para alugar, e lá, “consertamos vídeos”, já que lhe dissemos que trabalhávamos com imagens. Ali, na nossa deriva documental seguimos um mapa que nos levou à criação de uma outra loja: um armazém efêmero, que exibe um inventário de profissões encontradas no local, trabalhadores ilustres compenetrados em seus ofícios a esculpir o tempo que lhes escoa.

Carga Viva, de Débora de Oliveira (BRA, 2013) Livre | 18’

O filme apresenta o ofício da família Antunes. Os pais e seus dois filhos criam burrinhos que são levados de um sítio, nas redondezas de Belo Horizonte, até o Parque Municipal, no centro da cidade, onde tradicionalmente divertem as crianças. A observação atenta e cuidadosa é a credencial que permite ao filme não apenas descrever um ofício, mas também estabelecer relações entre esse ofício e a cidade. Da mesma maneira que a cultura dos burrinhos persiste no imaginário das crianças, o parque que os abriga é uma pequena área verde que resiste em meio aos prédios (Sinopse escrita por Clarisse Alvarenga, publicado originalmente no  catálogo do 15º FestCurtasBH).

Moto-Perpétuo, de João Borges (BRA, 2015) | 12 anos | 17’

Leonardo, um violinista obcecado, tenta criar uma máquina para virar a partitura de forma automática, permitindo que ele toque seu instrumento eternamente. Johan, seu filho, um menino prodígio que aprendeu sozinho ler e interpretar partituras, é o único a contestar o sonho do moto-perpétuo.

 Nove Águas, de Gabriel Martins, Quilombo dos Marques (BRA, 2019) | Livre | 25’

Em 1930, Marcos e seu grupo de descendentes de escravizados saíram do Vale do Jequitinhonha rumo ao Vale do Mucuri. Fugindo da seca, da fome e da violência no campo, os quilombolas buscavam um novo território para construir sua comunidade. Dos tempos do desbravamento aos atuais, a história de luta por água e terra protagonizada pelos moradores do Quilombo Marques, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais.

LONGAS-METRAGENS

 Sangue mineiro, de Humberto Mauro (BRA, 1930) | Livre | 82’

Carmen, filha adotiva do milionário mineiro Juliano Sampaio, sofre uma desilusão amorosa ao ver Roberto, por quem está apaixonada, beijando sua irmã Neuza. Desiludida, Carmen tenta o suicídio atirando-se em uma lagoa, porém é salva por Max e Cristovam, dois rapazes que vivem na chácara do Acaba-Mundo. Os dois rapazes apaixonam-se por ela, ao mesmo tempo em que sua família a procura.

O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade (BRA, 1965) | Livre | 90’

A chegada de um jovem padre (Paulo José) em uma pequena cidade de Minas Gerais causa comoção no dia a dia da vida local, principalmente após ele sentir atração por uma linda moça (Helena Ignêz) do local. O homem mais rico da cidade propõe a moça em casamento para separar os dois e satisfazer a população, mas o padre a moça acabam fugindo, fazendo com que essa paixão proibida logo se torne em um caso de amor desenfreado, até o momento em que o padre retorna a cidade.

Sagrada Família, de Sylvio Lanna (BRA, 1970) | Livre | 85’  

Uma família burguesa composta de quatro integrantes. Ao longo da viagem, vão se desfazendo de seus bens materiais e de sua história. Conduzidos pela mão de um guia, levam uma arma e uma caixa de balas de festim. O guia as troca por balas verdadeiras, fazendo com que os integrantes da família sejam eliminados um a um, sempre sob sua ação malévola.

 Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia (BRA, 1979) | 18 anos | 75’

Durante uma viagem de trem pelo norte de Minas, o aventureiro Paixão (Nelson Dantas) conhece Salinas (Tamara Taxman), por quem se apaixona à primeira vista. Os dois se amam na cabine leito e, de manhã, ao acordar, ele percebe que ela não está mais lá. Paixão irá viver as mais diversas aventuras amorosas, enquanto sonha com a amada que desapareceu de sua vida.

 Pipiripau, O Mundo de Raimundo, de Aluízio Salles Jr (BRA, 2013) | Livre | 74’

Em 1906, o menino Raimundo Machado chega a Belo Horizonte e acompanha o crescimento da cidade. Com apenas seis anos, ele compra uma imagem do menino Jesus e o aconchega com palhas de milho em uma velha caixa de sapatos, criando, assim, o seu primeiro presépio. A partir daí, Raimundo vai agregando figuras e desenvolvendo mecanismos para o seu presépio, que hoje se chama Pipiripau e constitui a obra de arte que encanta a população da capital de Minas Gerais desde o século passado.

Família Julião, de Lucas Sander e Paula Santos (BRA, 2014) | 60′

Na sua lida com a madeira, Antônio Julião, conhecido como Julião Boiadeiro, serrava as réguas para montar currais e cabos de arreio na zona rural de Prados, município vizinho a São João del-Rei, localizado a 186 km de Belo Horizonte. Seu filho, Zezinho Julião, carpinteiro, fabricante de cabeças de arreio e caibro, ensinou aos seus nove filhos a técnica de trabalhar com a madeira. O documentário mostra como a tradição e o amor pelo trabalho de esculturas em madeira é vivo e perpetuado na família por gerações. Os trabalhos de Itamar, Vicentina, Antônio, Maria, João, Juliana, Ari, Osmar, Anésio e Márcio Julião – filhos e netos de José e Pedro de Pádua Lisboa, ambos filhos de Antônio Julião – o Julião Boiadeiro – já integraram diversas mostras e exposições, como a Mostra Brésil, Arts Populaires (Grand Palais, Paris, 1987, a Mostra do Redescobrimento (Fundação Blenal de SP, 2000) e também fazem parte do acervo de museus de arte popular corno o Museu de Folclore Edison Carneiro e a Casa do Pontal, ambos no Rio de Janeiro.

 YãmĩYhex: As Mulheres-Espírito, de Sueli Maxakali e Isael Maxakali (BRA, 2019) | Livre | 76’ 

Após passarem alguns meses na Aldeia Verde, as yãmĩyhex (mulheres-espírito) se preparam para partir. Os cineastas Sueli e Isael Maxakali registram os preparativos e a grande festa para sua despedida. Durante os dias de festa, uma multidão de espíritos atravessa a aldeia. As yãmĩyhex vão embora, mas sempre voltam com saudades dos seus pais e das suas mães

 Antes que o tempo defina o que sou, de João Borges (BRA, 2019) | Livre | 55′

Com mais de duas centenas de canções escritas, o compositor Flávio Henrique, fonte de inspiração para o filme “Antes que o Tempo Defina o que Sou”, foi parceiro de músicos como Milton Nascimento, Toninho Horta, Marina Machado e Chico Amaral, além de integrar o quarteto Cobra Coral. Flávio Henrique morreu aos 49 anos, vítima de febre amarela, em Belo Horizonte/ MG. Seu falecimento gerou imensa comoção no território mineiro, sobretudo na classe artística, que constava em Flávio um talento imenso para o diálogo com artistas da nova geração, alguém com uma percepção aguçada de seu cotidiano, um ser político que se movimentava entre composições suaves e ironia refinada. Em julho de 2018 foi realizado no grande teatro do Palácio das Artes um tributo às canções de Flávio Henrique, idealizado por parceiros musicais, amigos e familiares do compositor.”Antes que o Tempo Defina o que Sou” acompanha os ensaios e preparação deste evento, navega em materiais de arquivo, culminando em um espetáculo histórico, que registra a celebração de uma obra marcada pela delicadeza das parcerias e pela sofisticação musical.

COLEÇÃO DOCUMENTOS DO PATRIMÔNIO IMATERIAL, DOCUMENTÁRIOS REALIZADOS PELO IEPHA – INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS

Comunidade dos Arturos, de Paulo Henrique Rocha (BRA, 2013) | 79’

Falar dos Arturos é dizer sobre territorialidade, devoção, ancestralidade e, de forma ampla, cultura dos povos negros em diáspora. Estruturada em torno da família do patriarca Arthur Camilo Silvério e da devoção a Nossa Senhora do Rosário, a comunidade produz e reproduz em seu território diversas práticas que remontam a sua ancestralidade africana e afrobrasileira. Este filme apresenta alguns breves registros da vivência em comunidade: do campo religioso às narrativas acerca da escravatura.

Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, de Jason Barroso Santa Rosa (BRA, 2013) | 37’

A devoção à Nossa Senhora do Rosário é uma expressão religiosa tipicamente afro-brasileira. No município de Chapada do Norte, a festa da santa desvela e descreve – por meio de novenas, lavações, leilões, corridas de cavalo e paneladas de angu – histórias, credos e culturas ligados a um passado colonial onde se entrelaçam portugueses, negros escravizados e negros libertos. Essa produção audiovisual documenta a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, registrada como patrimônio cultural imaterial do estado pelo IEPHA-MG em 2012.

Violas: o fazer e o tocar em Minas Gerais, de Felipe Chimicatti / Rafael Bottaro (BRA, 2018) | 57’

A viola é um instrumento musical de dez cordas e cinco ordens que chegou à América portuguesa com os primeiros colonos. Esta produção audiovisual aborda o contexto social e histórico, em Minas Gerais, da viola, seus tocadores e fazedores que, por meio da diversidade de modos de tocar, tornaram-se elementos fundamentais tanto do cotidiano mineiro quanto das principais celebrações e expressões culturais do estado.

O quê do Queijo, de Paulo Henrique Rocha (BRA, 2018) | 57’

Há, na região mineira do Serro, uma tradição mantida pela transmissão de saberes tradicionais através de gerações: o Modo Artesanal de Fazer Queijo Minas do Serro. Essa prática, registrada como patrimônio cultural a nível estadual e nacional, respectivamente, em 2002 e 2008, é documentada nesse filme por meio de entrevistas que buscam, em vista das transformações históricas e sociais da região, apresentar e entender a relação do produto com o cotidiano e a cultura dos serranos.

Folias de Minas, de Felipe Chimicatti / Pedro Carvalho (BRA, 2019) | 53’

A Folia é uma das tradições religiosas mais antigas e difundidas no estado de Minas Gerais, tendo sido reconhecidas como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais em 06 de janeiro de 2017. Em geral, são formadas por grupos de cantadores e tocadores que realizam jornadas em visitação às casas de devotos com as bandeiras dos santos do catolicismo, sobretudo Santos Reis, São Sebastião, Divino Espírito Santo e Bom Jesus da Lapa. Por meio de cantos, danças e versos, se dedicam a cumprir promessas, recolher esmolas e distribuir bênçãos por onde passam. Um recorte da diversidade das folias de Minas Gerais está representado nesse filme, que aborda temas como devoção, sociabilidade e transmissão de saberes através do giro de grupos de três diferentes localidades e devoções.

SESSÃO MEMÓRIAS DAS MINAS – ARQUIVO PÚBLICO MINEIROVeredas Mortas, de Victor de

Almeida (BRA, 1975) | 9’

Um registro da realidade geográfica humana e mitológica do sertão de Minas Gerais, cuja magia inspirou o escritor Guimarães Rosa, notadamente em ‘Grandes Sertões: Veredas’, refletindo também sobre as perspectivas de transformação radical dessa região a médio prazo, a partir da implantação de grandes projetos rodoviários, agrícolas e industriais.

Toda a Memória das Minas, de Geraldo Veloso (BRA, 1978) | 18’

Mergulho poético e fragmentário em uma série de referências pessoais do autor. A família, o imaginário infantil, a literatura oral, fragmentos de realidade afetiva (geográfica, existencial e fenomenológica) contribuem para a discussão sobre a escolha e o desenvolvimento de temas que se tornam filmes.

Polís, de Marcos Pimentel (BRA, 2009) | 22’

Um dia qualquer, uma cidade comum. O horror e o sublime do urbano em constante transformação, numa era onde não há nada acabado, definitivo. Construção e destruição, sístole e diástole expressas na poética da pólis contemporânea. Acervo Filme em Minas.

HISTÓRIA PERMANENTE DO CINEMA

04/12 | 19h30 | CINEMA E PSICANÁLISE | O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade (BRA, 1965) | Livre | 90’|

Comentário: Angela Bernardes (EBP/AMP)

A chegada de um jovem padre (Paulo José) em uma pequena cidade de Minas Gerais causa comoção no dia a dia da vida local, principalmente após ele sentir atração por uma linda moça (Helena Ignêz) do local. O homem mais rico da cidade propõe a moça em casamento para separar os dois e satisfazer a população, mas o padre a moça acabam fugindo, fazendo com que essa paixão proibida logo se torne em um caso de amor desenfreado, até o momento em que o padre retorna a cidade.

07/12 | 19h30 | Sagrada Família, de Sylvio Lanna (BRA, 1970) | Livre | 85’ | Comentário: Sylvio Lanna

Uma família burguesa composta de quatro integrantes. Ao longo da viagem, vão se desfazendo de seus bens materiais e de sua história. Conduzidos pela mão de um guia, levam uma arma e uma caixa de balas de festim. O guia as troca por balas verdadeiras, fazendo com que os integrantes da família sejam eliminados um a um, sempre sob sua ação malévola.

09/12 | 19h30 | Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia (BRA, 1979) | 18 anos | 75’

Comentário: a definir

Durante uma viagem de trem pelo norte de Minas, o aventureiro Paixão (Nelson Dantas) conhece Salinas (Tamara Taxman), por quem se apaixona à primeira vista. Os dois se amam na cabine leito e, de manhã, ao acordar, ele percebe que ela não está mais lá. Paixão irá viver as mais diversas aventuras amorosas, enquanto sonha com a amada que desapareceu de sua vida.

11/12 | 19h30 | Antes que o tempo defina o que sou, de João Borges (BRA, 2019) | Livre | 55′

Comentário: Equipe do filme

Com mais de duas centenas de canções escritas, o compositor Flávio Henrique, fonte de inspiração para o filme “Antes que o Tempo Defina o que Sou”, foi parceiro de músicos como Milton Nascimento, Toninho Horta, Marina Machado e Chico Amaral, além de integrar o quarteto Cobra Coral. Flávio Henrique morreu aos 49 anos, vítima de febre amarela, em Belo Horizonte/ MG. Seu falecimento gerou imensa comoção no território mineiro, sobretudo na classe artística, que constava em Flávio um talento imenso para o diálogo com artistas da nova geração, alguém com uma percepção aguçada de seu cotidiano, um ser político que se movimentava entre composições suaves e ironia refinada. Em julho de 2018 foi realizado no grande teatro do Palácio das Artes um tributo às canções de Flávio Henrique, idealizado por parceiros musicais, amigos e familiares do compositor.”Antes que o Tempo Defina o que Sou” acompanha os ensaios e preparação deste evento, navega em materiais de arquivo, culminando em um espetáculo histórico, que registra a celebração de uma obra marcada pela delicadeza das parcerias e pela sofisticação musical.

 14/12 | 19h30 | Acervo preservação e difusão | Encontro entre Arquivo público mineiro e Cine Humberto Mauro.

 

 

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