VISTA PARCIAL DE OURO PRETO – [1940-1960] – autoria não identificada – Fundo Dermeval José Pimenta – Arquivo Público Mineiro.

05/10/2020

Patrimônio Cultural da Humanidade, Ouro Preto é testemunha da história de Minas

Cidade preserva obras de Aleijadinho e Mestre Ataíde, principais artistas do período Barroco.

 

Na Serra do Espinhaço, na região Central, está Ouro Preto, cidade histórica de Minas Gerais, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, desde 1980. A antiga Vila Rica guarda não só a narrativa do crescimento do estado, do qual já foi sede administrativa, mas também do Ciclo do Ouro. Quem passa pelas ruas íngremes e estreitas do município tem a impressão de ser viajante do tempo. Construções coloniais, vias calçadas por blocos de pedras, igrejas do Barroco mineiro, elaboradas e erguidas por artistas e escravos, mostram um pouco de como vivia a população nos séculos XVII e XVIII.

Com 73 mil habitantes, Ouro Preto foi oficializada como cidade em 1717, mas a ocupação do território começou ainda em 1698, com os bandeirantes. O ouro escuro, coberto por uma camada de óxido de ferro, encontrado no local, é o que deu nome ao município. 

O território foi palco de importantes fatos da história brasileira, como a Guerra dos Emboabas, sangrento conflito travado com os paulistas pelo direito a explorar o ouro; a Revolta de Vila Rica, quando os moradores da colônia insurgiram contra a Coroa Portuguesa; e a Inconfidência Mineira, movimento separatista organizado pelas elites mineiras oposto à política fiscal da metrópole, que cobrava pesados impostos do metal extraído.

Conhecida por ser um “museu a céu aberto”, Ouro Preto tem obras do Mestre Aleijadinho, que nasceu e executou boa parte de seu trabalho como escultor e arquiteto na cidade. A Igreja São Francisco de Assis, que teve fachada projetada por ele com elementos do Barroco e do Rococó, é um dos principais cartões-postais do município. Na parte interna, o templo exibe a pintura “Assunção da Virgem” de outro reconhecido artista da época, o Mestre Ataíde. 

As matrizes do Pilar e de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, as igrejas de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a Capela de Padre Faria também integram a lista de monumentos religiosos que recebem grande volume de turistas. 

A atividade cultural ouro-pretana extrapola o turismo histórico. O local sedia, todos os anos, o Festival de Inverno, um dos principais eventos do calendário cultural brasileiro, o Fórum das Letras, com palestras e saraus literários, exposições e atividades culturais diversas. 

Para quem se interessa por artesanato, uma boa pedida é conferir a Feira de Pedra Sabão do Largo do Coimbra, que acontece em frente à Igreja São Francisco de Assis. Outra marca da cidade é a cerâmica saramenha, feita com barro escuro e de aspecto vidrado.

O visitante também tem opções como o Museu Casa Guignard – artista que retratava Ouro Preto como cenário de várias de suas pinturas – o Museu da Inconfidência e a Casa dos Contos.

O turismo em cachoeiras, trilhas e fazendas, especialmente nos 12 distritos do município, também movimenta a economia do lugar. Atualmente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município é considerado alto, de 0,741. 

Fonte: Agência Minas

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